2 de out. de 2017

Aceitando o inaceitável: chegando aos 40!

Todo mundo tem dificuldades, medos, aflições, angústias que dominam o coração, corroem a alma e perturbam a mente.

Todo mundo é imperfeito, gostando disso ou não. O difícil é encarar os nossos erros, aceitá-los e aprender a transformá-los em qualidades ou, pelo menos, em um aprendizado.

Chegando aos 40 anos, vejo o quanto mudei. E como mudei! 

Quando tinha 14 anos, minha maior preocupação sobre "envelhecer" era:

"- Será que ainda vou gostar de Iron Maiden quando for velha?" Sim, ainda gosto. Muito!

Mas minhas mudanças foram mais profundas, às vezes dolorosas, às vezes, doces. E devo admitir que me assusto quando olho no espelho e vejo o que me tornei. 
Não foi nada programado, mas até que estou relativamente satisfeita com o resultado final.(Podia ser bem pior!)

Aceitar que tudo muda, o tempo todo, inerente à nossa vontade é assim mesmo. Dá aquele calafrio, o medo e a ansiedade, a indecisão por não saber qual caminho seguir, e isso nos acompanha a vida inteira, porque estamos em constante evolução.

Tenho me chateado com o rumo da política e da economia no nosso país. E não, isso não é papo de velho. Ainda não consegui encontrar meu caminho profissional, e diante desse cenário cada vez mais sombrio, temo em fazer escolhas erradas que não possam ser corrigidas lá na frente.

Quando temos 16, 20 anos, podemos fazer certas escolhas sem Fora temer . A temporada de tentativa e acerto está aberta. Mas, quando se chega aos 40, a coisa muda. O mercado de trabalho já não contrata muito pessoas acima dos 35, ainda mais sem graduação concluída e com filhos. O sistema vai afunilando as suas opções e a parte de "fazer escolhas que me fazem feliz" se transforma em "aceite o que vier".

A grande questão é como você vai reagir a tudo isso. 
Quanto o seu medo pode influenciar na a sua vontade de ser feliz.

Conciliar a vida cotidiana, trabalho, casa, filho, marido, com a busca por um novo futuro é quase impossível, e não me venham com a xurumelas da "meritocracia".
Não, eu não consigo "me esforçar o suficiente" para mudar a minha realidade. 
Quando chego do trabalho a única coisa que consigo fazer após ter dado duro por 10, 12 horas é deitar e dormir, sem banho, sem jantar, sem conversar direito com meu filho e, se bobear, nem troco de roupa. 

Des-mo-ro-no.

Como estudar se o corpo já não aguenta mais nada?
Qual futuro eu terei se não me esforçar?

Se eu abrir mão de algum dos meus freelancers para estudar, como vou pagar as contas já que meu salário é tão baixo?
Mas como conseguir um emprego melhor sem estudar mais?
É um círculo, vicioso, sem fim!


Para a minha sorte, sou uma pessoa insistente. 
Dizem que é mal de Taurino, cabeça dura. 
Busco uma mudança na minha vida profissional para ter uma vida pessoal feliz, quero viver, não sobreviver!!!

E dentro desse caos honesto em que a minha vida se transformou, busco diariamente forças para alterar o meu destino, tentando aprender a driblar o sistema capitalista que nos engole e dilacera, fazendo mudanças práticas na minha rotina para que tudo se ajeite o quanto antes e buscando alternativas profissionais que possam me levar para o caminho certo.

Que venham os 40! 







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