25 de fev. de 2021

Pandemia, escolas fechadas e Cloroquina

Depois de um longo período de isolamento, trabalho duro e reflexão, retomo as atividades do Blog da Kau com um desabafo.

Senta que lá vem textão....


Hoje presenciei mais um protesto de pais. Dessa vez, foram bem mais gentis e fizeram varais com os uniformes das crianças e seus respectivos nomes.


Como professora e mãe de adolescente, fui tocada por um sentimento triste, num mix de saudade e incertezas. Não está sendo fácil trabalhar 10, 12 horas diariamente para gerar conteúdo online (e ainda faço especialização no turno da noite), ver minhas crianças somente através de uma tela e não conviver com meus colegas de trabalho.


Mais difícil ainda é ver meu filho, no auge da adolescência, sem ninguém para interagir, com problemas visuais decorridos de tantas horas de tela e engordando cada vez mais por ficar sentado numa cadeira das 07:30 às 12:00. 


Mas, queria entender porque esses varais estão nas portas da escolas e não na porta da Prefeitura e do Palácio do Governo, já que são eles os responsáveis pela não inclusão dos profissionais da Educação no grupo prioritário de vacinação e são eles que fecharam as escolas.


Pedir para pensarem na educação pública é ridículo, pois parece que só os alunos das escolas privadas tem o direito de estudar, já que ninguém leva em consideração que as escolas públicas não tem qualquer condição de receber essas crianças de forma adequada e segura.


Canso de escutar dos meus alunos que "esse final de semana minha mãe fez um jantar aqui em casa" ou "vieram todos os meus amigos na minha festa de aniversário".

As famílias que tiveram COVID ficam com vergonha de contar aos amigos e recomendam às professoras particulares que tomem Cloroquina e que "tá tudo bem". (Isso aconteceu comigo, a mãe do meu aluno disse que eu poderia ir lá dar as aulas presenciais mesmo com eles contaminados, era só tomar a Cloroquina que ela tem em casa de estoque que eu não ficaria doente). E eu não fui a única a ouvir isso.


Enfim....

É um desabafo honesto de uma mulher, mãe e professora que não aguenta mais ser cobrada por algo que não tenho culpa. 

Nós, professores e escolas, não somos culpados pela pandemia, nem pelo isolamento e fechamento das escolas. Mais de MIL pessoas estão morrendo no Brasil DIARIAMENTE mas as festas continuam, as reuniões entre amigos continuam e a cobrança pela reabertura das escolas continua. 


Reflitam.

Façam o isolamento.

E tenham respeito pelas vidas dos outros.

19 de abr. de 2020

O que tenho aprendido com o isolamento na pandemia do Corona Virus.

19 de Abril de 2020.

Honestamente, não sei há quantos anos parei de escrever aqui... Ou em qualquer outro lugar. Desde os meus 9 anos, tenho o hábito de escrever. Sobre mim, sobre música, sobre tudo e esse "silêncio" da minha escrita finalmente me assustou. Uma vez, um amigo (também escritor) me disse que " escrevemos quando estamos tristes" e tenho que concordar.

Há 31 dias estou isolada dos meus amigos, dos meus alunos e da minha família devido à Pandemia do Corona Vírus. 
É uma situação delicada, onde é exigido de cada um, novos hábitos. 
Precisamos deixar o "EU" de lado e pensar no "NÓS". Sempre achei que a humanidade é egoísta e individualista, e agora entendo que eu também sou, um pouco. Quero ver meus amigos, quero ir a shows, quero beber até o dia raiar... Quero..Quero... Tudo em 1ª pessoa do singular. Onde entra o TODO? Será que tenho o direito de sobrepor as minhas vontades sobre a segurança da sociedade? Quem me autorizou a cogitar a ínfima possibilidade de expor as pessoas à morte, carregando um vírus mortal que pode destruir as vidas de outros e não me causar nada?

Não está sendo fácil pra ninguém, sei disso.
Sou MUITO privilegiada, pois tenho meu trabalho intocável (até o presente momento) e a tranquilidade de saber que, se der merda grande, tenho como correr para um local seguro.  

Mas esse isolamento está me transformando. 
Estou aprendendo a me olhar no espelho por mais de 15 segundos entre o momento que escovo os dentes e penteio o cabelo.
Estou aprendendo a valorizar cada amigo, cada aprendizado, cada risada, cada abraço e cada copo gelado de cerveja no buteco copo sujo da esquina...

Voltei a ouvir música. 
Há muito tempo não sentava para fazer qualquer coisa pessoal e ouvia um som que eu gosto. 
Era sempre a correria casa - trabalho - casa. Ouvia mais rádio pois queria estar antenada às novidades do mundo, já que ao chegar em casa, tarde da noite, eu teria que cozinhar, lavar, passar, e não teria tempo de ligar a TV e me informar de nada.
Aí fui deixando de lado a música... Meus amigos... As coisas que me deixavam feliz... Em nome de uma responsabilidade absoluta pela vida profissional. 

No fim, descobri que me perdi de mim....
Me olhava no espelho e não me reconhecia. 
Sonhava com uma "Cacau" que não existe mais. 
E me deu uma saudade danada dela...
Espero revê-la. 
Em breve.

2 de dez. de 2018

Coragem, medo não falta.

Retomo minhas postagens no Blog da Kau motivada pela perda de uma grande amiga. 

Um conhecido me disse certa vez que temos mais inspiração para escrever em momentos de tristeza e dor. Ele estava certo.

Não sei ao certo quais sentimentos inundam o meu coração neste momento, mas sei distinguir bem um: impotência.

Como eu não percebi nada?
Trabalhávamos juntas. Dividíamos a mesma série. Cuidávamos do recreio juntas. Compartilhávamos furador, papéis coloridos, risadas, lágrimas, problemas nossos, dos alunos e problemas COM os alunos.

E, devido a tudo isso e muito mais, há 3 dias do seu aniversário de 22 anos, decidi escrever um Epitáfio em sua homenagem.


Coragem, medo não falta.

1º de Dezembro de 2018. 
Chove bastante lá fora. Parece que o céu também está triste. É difícil acreditar. Mais difícil ainda, aceitar. Que horas o despertador vai tocar e esse pesadelo irá ter fim?

Lorenza não era uma menina qualquer. No auge dos seus 21 anos, seus cabelos curtos e dourados brilhavam como seu sorriso. 

"Preciso de um café" era sua frase mais frequente. 

Viciada em cafeína, pão de queijo e kibe, risadas desmedidas e funk (deixo aqui meu protesto sobre esta preferência musical), seu amor pela vida era inspirador. 

Apaixonada por Manu, sua sobrinha de 1 ano e poucos meses, acompanhei à distância o crescimento da pequena através do amor incondicional de sua tia. Vi o 1º dia de aula, o aniversário de 1 ano, as brincadeiras e bagunças de Manu pelo celular de Loló. 

Em se tratando de amor, ela era danada. Como amava tudo. Intensamente. Amava Manu, Tomas, Matheus, Genaro, Nicolle, Maria Paula e sua mãe. Amava a vó também que estava viajando de navio e Loló estava preocupadíssima com a falta de notícias quando a vó não mandava fotos por estar em alto mar cruzando o Atlântico. 
Amava Lud, Ju Avelin, Luma, Ester, Thaís, Gabi (sua companheira diária de 8103), Ms Fê, Mrs Regis, Ms Alice, Mrs Meire, Ms Iris, Ms Lucy e eu. 
Amava cada um dentro da escola e no mundo afora. 

Ano passado Maria Paula, sua melhor amiga, foi fazer intercâmbio na Europa. Loló não deixou barato e foi com a amiga entregá-la ao Velho Mundo e disse que, na volta, ela teria que arcar com sua terapia por fazê-la sofrer tanto com sua ausência. Contamos juntas os dias finais de retorno de Maria Paula e ela ficou bem brava porque a amiga voltou e logo arrumou um namorado. "Onde já se viu isso? Me traindo desse jeito!" reclamou ela um dia...

Rimos muito. De tudo.
Choramos também. Das dificuldades do dia a dia, dos problemas de saúde dela, das situações com as crianças...
Mas as risadas sempre foram mais frequentes.
Amávamos discutir política. Era de Esquerda, feminista, e como boa professora raiz, defensora de Paulo Freire e de um mundo mais justo para todos. Torcia para o Cruzeiro, sua paixão mesmo, outro defeito que eu aprendi a relevar...

Loló tinha um sonho: abrir sua própria escola em "Lafinha" (era como se referia à sua cidade). O duro era se formar sem surtar, como sempre dizia.

Como ela amava sua profissão. "Nasci pra isso". Estava organizando um novo intercâmbio e seu pai já havia concordado: queria melhorar seu inglês e aprender mais para ser uma ótima professora. Como se ela já não o fosse...

Quando retornou ao trabalho após sua licença médica, comentou da saudade imensa que sentia das salas de aula e das crianças: sua grande paixão. E ela tinha duas crianças em especial que dominavam seu coração: Inácio e Rafa. Esses dois pequenos enchiam sua vida de alegria (respeitando claro, o espaço de Manu!). 
Em seu último dia de escola, lá pelas 12:40 eu a vi carregando Rafinha nas costas (coisa comum entre as crianças, que amavam fazê-la de cavalinho, ponte, elevador, mãe, amiga...) e eu, dentro da minha velhice rabugenta reclamei:" Se essa menina cair e bater a cabeça no chão é você quem vai lá embaixo dar explicações pra mãe dela!!!"
Loló, com seu sorriso maroto e sua ginga moleque deu uma risada e me retrucou:" Relaxa, eu sou a mãe dela!"

Ser moleque era sua marca registrada, ou seria o sorriso? 
Veio de chinelos trabalhar porque dormiu na casa do namorado e esqueceu de levar os sapatos... Gostava de bermuda e camiseta porque era mais confortável e detestava ficar presa à formalidades. Queria era ser feliz. Porque a vida era curta, dizia ela. E como foi....

"Coragem, medo não falta" era sua tatuagem feita após sua vitória contra o câncer... E o medo venceu.



  

2 de out. de 2017

Aceitando o inaceitável: chegando aos 40!

Todo mundo tem dificuldades, medos, aflições, angústias que dominam o coração, corroem a alma e perturbam a mente.

Todo mundo é imperfeito, gostando disso ou não. O difícil é encarar os nossos erros, aceitá-los e aprender a transformá-los em qualidades ou, pelo menos, em um aprendizado.

Chegando aos 40 anos, vejo o quanto mudei. E como mudei! 

Quando tinha 14 anos, minha maior preocupação sobre "envelhecer" era:

"- Será que ainda vou gostar de Iron Maiden quando for velha?" Sim, ainda gosto. Muito!

Mas minhas mudanças foram mais profundas, às vezes dolorosas, às vezes, doces. E devo admitir que me assusto quando olho no espelho e vejo o que me tornei. 
Não foi nada programado, mas até que estou relativamente satisfeita com o resultado final.(Podia ser bem pior!)

Aceitar que tudo muda, o tempo todo, inerente à nossa vontade é assim mesmo. Dá aquele calafrio, o medo e a ansiedade, a indecisão por não saber qual caminho seguir, e isso nos acompanha a vida inteira, porque estamos em constante evolução.

Tenho me chateado com o rumo da política e da economia no nosso país. E não, isso não é papo de velho. Ainda não consegui encontrar meu caminho profissional, e diante desse cenário cada vez mais sombrio, temo em fazer escolhas erradas que não possam ser corrigidas lá na frente.

Quando temos 16, 20 anos, podemos fazer certas escolhas sem Fora temer . A temporada de tentativa e acerto está aberta. Mas, quando se chega aos 40, a coisa muda. O mercado de trabalho já não contrata muito pessoas acima dos 35, ainda mais sem graduação concluída e com filhos. O sistema vai afunilando as suas opções e a parte de "fazer escolhas que me fazem feliz" se transforma em "aceite o que vier".

A grande questão é como você vai reagir a tudo isso. 
Quanto o seu medo pode influenciar na a sua vontade de ser feliz.

Conciliar a vida cotidiana, trabalho, casa, filho, marido, com a busca por um novo futuro é quase impossível, e não me venham com a xurumelas da "meritocracia".
Não, eu não consigo "me esforçar o suficiente" para mudar a minha realidade. 
Quando chego do trabalho a única coisa que consigo fazer após ter dado duro por 10, 12 horas é deitar e dormir, sem banho, sem jantar, sem conversar direito com meu filho e, se bobear, nem troco de roupa. 

Des-mo-ro-no.

Como estudar se o corpo já não aguenta mais nada?
Qual futuro eu terei se não me esforçar?

Se eu abrir mão de algum dos meus freelancers para estudar, como vou pagar as contas já que meu salário é tão baixo?
Mas como conseguir um emprego melhor sem estudar mais?
É um círculo, vicioso, sem fim!


Para a minha sorte, sou uma pessoa insistente. 
Dizem que é mal de Taurino, cabeça dura. 
Busco uma mudança na minha vida profissional para ter uma vida pessoal feliz, quero viver, não sobreviver!!!

E dentro desse caos honesto em que a minha vida se transformou, busco diariamente forças para alterar o meu destino, tentando aprender a driblar o sistema capitalista que nos engole e dilacera, fazendo mudanças práticas na minha rotina para que tudo se ajeite o quanto antes e buscando alternativas profissionais que possam me levar para o caminho certo.

Que venham os 40! 







13 de jul. de 2016

Uma mina bacana.

Sou uma mina bacana.
Daquelas que acorda de madrugada para atender amigo bêbado que sofre de amor.
Que come brigadeiro quando está triste. E quando está feliz também.

Sou uma mina bacana, que chora ao ver o filme do Bob Sponja e que tem medo de assombração.
Daquelas que se comove com a dor do outro e, quase sempre, esquece de pensar em si mesma.
Que queria uma casa no campo, com muitos cachorros e com barulho de chuva caindo no telhado.

Sou uma mina bacana, que chora escondida no chuveiro e que tem medos. Muitos. Mais do que gostaria. Porque os medos são necessários para nos tornar mais fortes, maduros, e até um pouco mais evoluídos. Mas, ultimamente, meus medos tem sido mais fortes do que a minha capacidade de lidar com eles.
Daquelas que sofre calada, que abaixa a cabeça para não contrariar o marido (mas que não adianta de nada, porque ele fica puto mesmo assim e a culpa, quando tudo dá errado, sempre será sua.)
Que queria receber o que lhe é de direito e sumir no mundo, com sua cria debaixo de um braço e seu cachorro, debaixo do outro.

Sou uma mina bacana, que queria mudar o mundo. Criar uma ONG, OSCIP, Coletivo, sei lá, qualquer coisa que ajudasse outra tantas minas bacanas que estão perdidas por esse mundão de meu Deus, sofrendo sozinhas, caladas, sem apoio, sem grana, sem teto.
Daquelas mãezonas que querem abraçar o mundo, a Via Láctea, o Universo mas que sempre tem um abraço de urso guardado esperando por um amigo, por uma criança querendo colo, por um cachorrinho abandonado.
Que queria muitos abraços, mais compreensão, mais apoio emocional, mais dedicação, mais...mais...mais...

E mesmo assim, continuo sendo uma mina bacana.
Que luta contra a maré, que contrariou as estatísticas, que passou pelo preconceito e que se manteve viva, um pouco lúcida, e ainda com um resquício de fé em Deus.


16 de mar. de 2016

Um desabafo sobre a meritocracia, as manifestações de domingo e Lula na Casa Civil.


"FALAR É FÁCIL, DIFÍCIL É SE OLHAR NO ESPELHO" - EUZÉBIO,Padre (Rafael Sânzio)

Eu nasci numa família de extrema direita.

Todos nós (os 7 netos na época, hoje somos 10) fomos, desde o nascimento, alimentados com boa comida, leite em pó, complexos vitamínicos e remédios homeopáticos.
Nascemos com uma boa casa para morar, uma cama quente para dormir, todos tivemos babás, todos tivemos ensinos de extrema qualidade, todos tivemos referências religiosas, musicais, artísticas, e, salvo a minha humilde pessoa que vos fala, todos tiveram apoio familiar para estudar e se formar como indivíduo e cidadão.

Referências de caráter e índole não nos faltaram, nunca corremos riscos reais pois nossos pais sempre privaram pela segurança e pelo bem estar da família.

Dentro desse cenário, é um pouco infantil não assumir que o sucesso pessoal e profissional era um alvo óbvio a ser atingido, dependendo apenas, do esforço e dedicação de cada um para completar o que nossos pais nos proporcionaram.

Aí eu fico na dúvida: o sucesso atingido pelas pessoas da minha família se deve ao mérito individual ou à toda estrutura gerada pelos meus tios? (não me enquadro nessa porque ainda não obtive o sucesso que almejo, mas é questão de tempo).

E aí eu caio na manifestação de domingo.

Sim, vi inúmeros posts na minha timeline com fotos, dizeres e, que coisa, até o pedido de "Volta Ditadura" circulando por aí.

Meu avô foi um ativista dos direitos dos plantadores de cana de açúcar de Ponte Nova.
Lembro do meu velho Juquinha sentado nas tardes pós almoço escrevendo seus infinitos textos em papéis de ecocardiogramas usados, e, quando ele me pedia para revisá-los, eu via nitidamente todo o furor e emoção na luta pelo seu povo, sofrido, sem direitos, que ainda não tinham conseguido galgar qualquer reconhecimento e, lamentavelmente, até hoje vivem quase na base do trabalho escravo, sem opções, sem direitos, apenas com a "chance" de ganhar uma ninharia para sobreviver. E sim, ele foi perseguido pela Ditadura.

Minha mãe fez o curso de Direito na UFMG logo quando houve a transição da Ditadura para a Democracia (Tancredo Neves) e lembro-me dela chegando em casa esbaforida porque a UFMG havia sido invadida pelos militares em busca de revolucionários comunistas e ela teve que sair às pressas, não porque fosse uma comuna, mas sim, por ser uma jovem estudante de Direito que "poderia ser um perigo para a sociedade". Justo ela, a pessoa mais de Direita que eu já conheci na vida... Não sabiam de nada, inocentes.

Sei que vivi muito pouco sobre esse período negro da nossa História, mas tudo que visualizei, guardei no meu âmago e hoje, posso entender melhor os fatos.

Não consigo entender (e olha nem sou até razoavelmente inteligente!) como as pessoas ainda vão para as ruas em prol de uma sociedade exploratória, cujo lucro está acima de qualquer valor moral (e não me venham com o papo de que a foto da babá não tem nada a ver porque os patrões estavam dando uma oportunidade para ela, porra alguma, quero ver a filha/sobrinha/afilhada de alguém que estava lá protestando escolher a profissão de Babá se isso não vai dar merda e revolta dentro de casa) ainda apoiam políticos como Aécio Neves, Geraldo Alckimin, Eduardo Cunha, Bolsonaro e Malafaia ao invés de lutar por melhorias nas escolas, na saúde pública e pela reforma tributária e política.

Não consigo aceitar como "representantes do povo", homens que tem discurso racista, segregador, homofóbico, religioso opressor e por aí vai tem tantos seguidores, por Odin, não consigo entender mesmo!!!!

Sou mãe solteira, tatuada, empresária, esposa, espírita, e não quero e nem pretendo me enquadrar no estereótipo imposto pela sociedade (retrógrada e hipócrita). Sou aquela parte da família que carrega um "ovelha negra" tatuado na testa e, na boa, isso não me afeta há um bom tempo, pois sei dos meus valores, defendo o que acredito e eu olho adiante, muito mais do que para o meu próprio umbigo.

Mas dizem que o povo tem os governantes que merecem.
Depois os últimos acontecidos, tenho cada vez mais certeza disso.

Tento respeitar a opinião contrária às minhas, o que não quer dizer que vou acatá-las ou ficar calada, concordando com tudo, utilizando uma cara de paisagem. Me nego também a deixar de amar os meus familiares ou amigos por serem de Direita mas lamento que a visão deles seja tão egoísta e burguesa.
Não vale a pena.
Não vale....

Quanto à posse hoje do Lula como Ministro da Casa Civil, vou repetir algo que disse a um querido amigo mais cedo: " A minha ideologia foi deturpada pelo indivíduo e as minhas esperanças por um Brasil mais igualitário e justo a todos se encerraram hoje."

Sou esquerdista, não alienada.

Gostaria que pessoas como Maluf, que é procurado pela Interpol e teve sua prisão solicitada pela França fosse preso, e não, deputado federal.

Gostaria que o Zezé Perrela fosse preso pelo seu helicóptero com meia tonelada de pasta base cocaína, e não, senador.

Gostaria que o Eduardo Azeredo, cuja prisão também já foi decretada e sua culpa já comprovada pela Justiça fosse preso, e não, senador.

Não quero uma Justiça com dois pesos e duas medidas, mas sim, que todo sejam punidos de forma impecável para que sirva de exemplo a todos os outros que quiserem ferrar com o meu povo.

Sim, eu utilizo todos os serviços públicos possíveis.
Meu filho estudou nos últimos dois anos em escola pública estadual.
Faço meu tratamento de endometriose e de catarata em postos de saúde e hospitais públicos.
Meus remédios vem do posto de saúde e todo o meu tratamento tem suas morosidades, mas funciona quando eu cumpro com os prazos estipulados pelos médicos.
Outro dia meu filho se machucou, como não tenho dinheiro para arcar com planos de saúde caríssimos, que exploram a doença dos outros, corri com ele para o Pronto Socorro do João XXIII onde ele foi prontamente atendido, examinado e medicado.

Vi amigos comentando sobre pagar R$ 30,00 no KG da carne moída, sendo que eu compro todas as minhas carnes no mesmo bairro que a pessoa mora e pago R$ 14,00, realmente existem "preços" e preços, tudo depende de onde se busca o produto.

Sim, passo por dificuldades financeiras, estou devendo até as minhas calcinhas, seja para o banco, seja para o meu sogro lindo que amo tanto e que nos acode sempre, mas busco alternativas para melhorar a minha situação profissional e honrar os meus compromissos.

Mudei minha rotina de trabalho e hoje ralo em média 10 a 12 horas por dia, de segunda a sábado, isso quando não fico aqui das 9 da manhã até as duas da madrugada direto.
 
Abri mão de uma vida social, de uma vida familiar, e até de uma vida acadêmica em prol do meu objetivo atual. Se é justo eu não sei, mas o meu papel estou fazendo: luto por um futuro melhor, por uma economia melhor e por uma sociedade mais justa.

Tenho uma funcionária que recebe um salário digno com todos os benefícios que a lei exige, pago os tributos devidos e torço imensamente para que, cada vez mais, eu possa ser um instrumento do universo para o auxílio do crescimento de outras famílias através do seu trabalho na minha empresa.

E assim, rogo à Odin, Buda, Satanás, Baphomet, Moisés, A Grande Batata, JC e seus deuses pessoais que o nosso país seja lavado pelo tsunami da verdade, mas, que cada brasileiro aprenda a ser honesto, correto, que cumpra com os seus deveres como cidadão, que parem de roubar a internet e a tv a cabo do vizinho, que devolvam o troco a mais, que não soneguem impostos (sim, pago todos os que me são cobrados religiosamente) e que a conduta individual de cada um seja melhor do que o seu discurso no Facebook.

Boa noite.

31 de jan. de 2016

Sobre escolhas, casamento e excesso de Jack Daniels...

Hoje foi um dia atípico.

Minha irmã (que é o ser mais enrolado da face da Terra) resolveu me visitar no bistrô.
Colocamos um pouco dos mil assuntos que sempre temos em dia, rimos bastante, chorei com o abraço (e a falta que ela me faz), e enchi a cara de Jack Daniels, não por precisar sair da minha realidade, mas sim, porque eu estava deveras feliz com a presença dela e do meu cunhado lindo lá.

É impressionante como você pode passar meses, até anos, sem ver/falar com uma pessoa, e, ao vê-la, é como se tivéssemos nos encontrado ontem!
Eu e minha irmã somos assim...
É um amor pra vida toda!

F.a.m.í.l.i.a

Além disso, a partir de hoje, faltam 15 dias para o meu casamento no civil. 
A ficha vai caindo, um futuro incerto e maravilhoso começa a se formar na sua frente e mil dúvidas vão surgindo. Mas é isso mesmo, toda mudança tão forte mete medo. E não vejo muito problema nisso, porque sei que será uma mudança que me trará muitas alegrias, mais do que já venho vivendo nesses últimos 3 anos ao lado do meu grandão lindo.
Meu noivo (quase marido!) é, acima de tudo, meu melhor amigo. 
É aquele que vela meu sono, que cuida de mim, que me apoia, entende as minhas falhas, me faz rir e enxuga as minhas lágrimas. 
Se ele é perfeito?
Sim! Dentro de toda a sua imperfeição!
E a cada dia que passa eu sinto que não poderia ter lutado mais por um homem do que por ele. 
Desde a primeira vez que ficamos, tive a certeza absoluta de que era ele o indivíduo com quem eu iria partilhar o resto da minha vida... 
Não me perguntem o porquê, eu só sabia...
Provavelmente não teremos filhos, mas sei que o nosso amor vai durar a vida inteira, e, sinceramente, isso já me basta.

No mais, é isso, estou deverasmente consumida pelo álcool e por caraminholas, um beijo no coração de todos!


Pandemia, escolas fechadas e Cloroquina

Depois de um longo período de isolamento, trabalho duro e reflexão, retomo as atividades do Blog da Kau com um desabafo. Senta que lá vem te...