Mari Magno é uma expressão criada por Lucrécio, poeta latino, que define o prazer experimentado por alguém quando se percebe livre dos perigos a que outros estão expostos.
Guardada todas as devidas proporções, mas eu acabei de sentir essa sensação...
Tenho uma amiga mais do que querida, que está de casamento marcado. Ela vive uma relação há 10 anos com um mocinho bem mais velho, já passaram por infinitas situações difíceis (como qualquer relacionamento) mas finalmente eles decidiram juntar as escovas de dentes e se casam em Dezembro.
Quando ela me contou que iria se casar, obviamente eu fiquei mega empolgada, afinal, sou a pessoa que mais ama casamentos e tudo que envolve esse mundo lindo de sonhos. Nem todas as mulheres sonham em se casar, mas eu particularmente acho um momento mega especial (e indispensável) na vida de uma mulher.
Enfim...
No dia que ela me contou sobre o casório, ela logo se adiantou em comentar: "... mas não vou fazer nada, não quero festa nem badalação...".
Aí eu murchei feito uma florzinha sem água... Pôxa! Como assim não vai ter nada?? Mas para a minha infinita alegria ela me contou semana passada que decidiu fazer um jantar super elegante (vale ressaltar aqui que ela tem um tremendo bom gosto!) e que já tinha decidido o local, o fotógrafo, e os detalhes pormenores estavam todos se encaminhando muito bem. Ou seja, vamos comemorar esta data tão especial!!!
Mas onde entra o "mari magno" nessa história?
Bem, essa minha amiga linda possui uma mamãe nem tão linda assim, que está, digamos, "desmerecendo" toda a alegria e empolgação da nossa noivinha em questão. E isso me faz pensar na natureza humana e, obviamente, me catapulta para o meu próprio passado, e me vejo no lugar da minha amiguxa....
Minha mãe biológica (tenho que colocar assim, porque o meu conceito de "mãe" é completamente diferente e não se aplica na pessoa supracitada) sempre me viu, desde que nasci, como um empecilho para toda a felicidade dela.
Sendo bem franca e direta, na boa, eu não pedi prá nascer (talvez eu tenha pedido, vai saber...) então o mínimo que eu merecia era um pouco de carinho, respeito e atenção. Não satisfeita em ter que me "aturar", minha "mãe" sempre que podia, me bombardeava com todo tipo de mentiras, maracutaias, e acima de tudo, desmerecia absolutamente tudo o que eu fazia.
Uma passagem interessante foi quando passei em 1º lugar no vestibular.
Estava lá dona Maria Claudia super orgulhosa e feliz pelo seu resultado, ligo para a minha mãe para contar e escuto o que?
- "Não fez mais do que a sua obrigação, o curso é prá que? Prá picar couve?"
Aqui entra o meu mari magno do dia...
Porque eu poderia estar ainda atrelada a uma pessoa que não consegue ser feliz e ainda quer derrubar a minha alegria, então a sensação de alívio foi inevitável quando ela estava me contando as críticas que vem sofrendo da mãe por causa desse casamento e eu cá pensando:"Ufa, no meu casamento estarei livre disso tudo!"
Aí você, caro leitor vai me dizer:
-" O que é isso Maria Claudia!! Ela é sua mãe!!! Você não pode sentir alívio por estar longe dela!"
Antes dela ser a minha mãe, ela é um espírito independente, que não é porque ela me deu a chance de encarnar que ela deseja o meu bem (no meu caso, muito pelo contrário, acho que se ela pudesse ela sapatearia em cima do meu caixão!).
Pais, filhos, irmãos, tios, enfim, aprendi com a vida que vínculos sanguíneos não vem com uma dose cavalar de "amor" atrelado a eles, e muito menos acho que devo respeitar e amar alguém por co-relação.
Amor e respeito se conquistam, não se impõem...
Não sou obrigada a amar ninguém por ser minha mãe, meu pai, meu irmão, etc... Meu amor é diretamente proporcional ao amor que me é dedicado.
Simples assim...
Vou continuar dando todo apoio, carinho e alegrias à minha amiga querida que está em vias de se tornar a mais nova "senhoura" do mercado, e tenho certeza mais do que absoluta que o dia 03.12.2013 vai ser marcado por momentos belíssimos, muita emoção e amor!