"Te ligo em plena madrugada de
sexta-feira, você é inteligente e sabe que não é saudade, mas sim só
vontade de te comer de novo. Qualquer uma acharia um descaso e já me
julgaria como idiota a partir desse momento, mas você era diferente…
Aquele momento era nosso, estávamos de comum acordo e apesar do nosso
desapego sentimental eu sempre tive a maior paciência de ouvir se você
preferia Veneza ou Paris e assim conversarmos sobre as banalidades das
nossas rotinas.
Sabe, era uma mescla muito intensa de carinho e
safadeza para um lance somente casual, mas talvez esse fosse o charme.
Era só a gente ali desabotoando o pudor com palavras, arranhões, puxões
de cabelo e qualquer coisa que fizesse as paredes daquele quarto sumir.
Pelo menos por um instante.
Nossa relação era como uma carta sem
endereço, sabíamos que ela não iria chegar a lugar algum, mas não
importava, até porque só nós precisávamos saber o que tinha dentro dela.
Vou embora, com um sorriso no rosto pelo simples fato de saber que ele
combinava com o seu. E assim nos garantimos que a palavra respeito terá
sempre a mesma importância nessa nossa relação. Uma relação mantida por
um beijo, um tapa e vários sorrisos."