Eu acordei feliz, j.u.r.o.
Aí ela veio chegando, devagarzinho, pelas beiradas, através do meu phone: melancolia...
Meu setlist é perfeito, mas o momento não.
Tudo aqui: a Donzela, os Mano da Guerra, O Guardião, Strato, Mr The Unforgiven, até o meu grungismo operante está presente, mas é como se tudo isso só servisse para me provar que "ele" não faz mais parte do meu Universo.
Como se cada nota, cada palavra proferida fosse um soco no meu pâncreas, como se o Metal não me pertencesse mais; somente a ele.
Um bom Lord respeita seus inimigos e não faz prisioneiros, ele os deixa livre para voltar para casa e seguir seu rumo, mas e quando não se tem para onde voltar?
Como abrir mão da essência da minha vida, meu ar, meu sangue que é o heavy metal simplesmente porque TUDO, absolutamente TUDO que eu escuto me remete a ele?
Ontem Lucas viu uma foto minha com Milord no meu celular e me disse que o odeia...
Porque ele nos abandonou...
Acho que a dor da distância, da indiferença, como se nós nunca tivéssemos existido recai sobre todos aqueles que amam...
Não, o tempo não vai curar, não faz esquecer...
O tempo apenas ameniza a dor, que fica aqui, latente, apenas adormecida, mas um simples deslize, um movimento em falso e ela volta a pulsar, a doer como antes, como no primeiro dia...
Às vezes me acho louca por ter decidido amar a somente Um, e ser fiel não a ele, mas ao que eu sinto, talvez se eu fosse menos cabeça dura e turrona, talvez se eu abrisse minha mente e meu coração, essa dor cicatrizasse.
Mas não é o que eu quero, não agora...
Porque se eu tirar a dor, ela vai levar consigo o amor que eu sinto...
É como uma linda orquídea que depende da seiva de uma árvore maior para sobreviver...
Um não vive sem o outro, se separados, o mais fraco morre...
E adivinhem quem tem uma orquídea tatuada?
Trilha sonora do post: Beyond the realms of Death - Blind Guardian
Keep the world with all its sin / It's not fit for livin' in