5 de jun. de 2011

Eu tentei...

Tentei ser boa esposa, mãe, amiga e amante...

Tentei fazer torresmo e passar suas roupas, tentei até mesmo ser o que você desejava...

Mocinha correta na rua, amante leal em casa.

Mas sabe como é, o tempo passou, você me deixou, e só me restaram as lágrimas, um cigarro e o gim.

Eis que a vida lá fora chama por mim, apesar do meu desprezo, apesar do meu rancor, eis que sigo o caminho da porta, sem olhar prá trás...

Deixando o lado doce de menina meiga que um dia fui na terceira gaveta do criado "nem tão mudo", buscando em cada bar e esquina um alívio para o corpo e um copo cheio para aplacar a dor.

No raiar do dia, encontro-me às sós deitada na cama, eu, meu bom humor e o Chico...Buarque de Holanda.

Folhetim
Chico Buarque


Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres
Que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim

E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim

E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que és o maior e que me possuis

Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim

Pandemia, escolas fechadas e Cloroquina

Depois de um longo período de isolamento, trabalho duro e reflexão, retomo as atividades do Blog da Kau com um desabafo. Senta que lá vem te...